Florbela Fernandes, antiga militante do PS, é a cabeça de lista à Câmara Municipal de Évora pelo Movimento Independente “Cuidar de Évora”.
Antiga militante do PS, a funcionária pública Florbela Fernandes, com experiência no poder local, regressa à política com uma candidatura à Câmara de Évora nestas autárquicas, “nascida” num grupo de cidadãos, mas ‘selada’ com dois partidos.
No PS militou durante 12 anos, tendo chegado a integrar as listas pelo círculo de Évora nas legislativas de 2015 e à Câmara de Évora nas autárquicas de 2017, além de ter sido presidente da estrutura distrital das Mulheres Socialistas.
Foi ainda eleita para a Assembleia Municipal de Mourão (distrito de Évora) pelo PS, nas autárquicas de 2013, e tentou chegar à liderança da federação distrital socialista em 2016, mas perdeu as eleições para o atual deputado Norberto Patinho.
A saída do partido concretizou-se “há quase dois anos”, por estar “desiludida” com “o sistema partidário”, pois “não há verdadeiramente uma cultura de oportunidade para as pessoas com mérito e capacidades”, afirma à agência Lusa a candidata.
No início deste ano, já sem ligação partidária, Florbela Fernandes juntou-se a outras pessoas para a criação do Movimento Cuidar de Évora, um grupo de cidadãos que ainda não foi formalizado.
Agora, o grupo concorre aos órgãos autárquicos de Évora nas eleições de 26 de setembro pelos partidos Nós, Cidadãos! e RIR – Reagir Incluir Reciclar, na coligação Movimento Cuidar de Évora.
Apesar de estarem dois partidos políticos por trás, este é “um grupo de pessoas livres”, sublinha Florbela Fernandes, realçando que a candidatura é constituída por “pessoas que quiseram entrar e participar” no projeto.
Quanto às propostas para o concelho, entre outras, a candidata afirma que a prioridade é “cuidar de Évora”, ou seja, “garantir o cuidado da cidade e das aldeias”, por considerar que, atualmente, “o espaço público está degradado e ao abandono”.
Tem de haver também “uma intervenção significativa dentro da própria câmara” para “passar a ser parte da solução e não do problema”, porque agora os cidadãos quando recorrem ao município “normalmente até trazem mais problemas”, argumenta.
Melhorar a higiene e limpeza pública, criar melhores acessibilidades e infraestruturas e promover a cidade, com “olhos postos” nas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e no próximo quadro comunitário, são outras das suas ‘bandeiras’.
Natural e residente em Évora, Florbela da Luz Descalço Fernandes, de 49 anos, casada, é assistente social e tem duas pós-graduações em Gestão da Qualidade dos Serviços Municipais e Freguesias e em Administração Social.
Entre outros cargos, foi chefe de divisão nas câmaras de Évora e de Viana do Alentejo, adjunta do gabinete de apoio da Governadora Civil de Évora e técnica especialista do gabinete da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.
“Tenho feito um percurso muito ligado ao poder local, com uma ou outra incursão na área da Administração Central”, assinala a candidata, que, atualmente, é chefe de divisão de Cultura na Câmara de Beja.
Na autarquia de Évora, cujo quadro de pessoal ainda integra, liderou “a equipa técnica que criou a Habévora”, a empresa municipal de gestão habitacional.
Filha de pais divorciados, Florbela nasceu em Évora, mas a sua infância e juventude foi passada em Beja, para onde se mudou com os progenitores quando tinha 2 anos, tendo regressado, com “22 ou 23”, à cidade natal para trabalhar na câmara municipal.
O andebol foi o desporto que praticou na adolescência, com as ‘cores’ da Associação Cultural e Recreativa Zona Azul, de Beja, e do Juventude de Évora, chegando a ser convocada, por duas vezes, para a seleção nacional de juvenis da modalidade.
Benfiquista, Florbela Fernandes diz que não é “adepta da leitura”, mas esforça-se para ler quando tem tempo livre, e o que mais gosta é de viajar e estar com os amigos e família, admitindo ser “muito petisqueira”, o que “é uma desgraça para a dieta”.
Nestas autárquicas, vai disputar a corrida à Câmara de Évora com o atual presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU), José Calixto (PS), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/PPM/MPT), Raul Rasga (BE) e Carlos Magno Magalhães (Chega).
O executivo municipal de Évora é formado por quatro eleitos da CDU, dois do PS e um do PSD.