Este domingo, 8 de dezembro, a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria foi celebrada no Solar da Padroeira de Portugal, em Vila Viçosa, um dos locais mais emblemáticos de devoção mariana do país.
A eucaristia foi presidida pelo Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.
A celebração da Eucaristia, no dia dedicado à Padroeira de Portugal, foi um momento de profunda reflexão e oração. Na sua homilia, D. Francisco Senra Coelho sublinhou que a Solenidade da Imaculada Conceição convida a contemplar as «maravilhas de Deus», realizadas de um modo particular e profundo na História da Salvação.
«A Humanidade é, e será sempre, o centro das atenções de Deus. O Seu projeto criador está condicionado à fiel resposta dos homens ao Seu apelo de amor», afirmou o Arcebispo, destacando a importância de uma resposta sincera e generosa ao chamado divino.
Referindo-se à celebração no «berço mariano de Portugal», no sagrado recinto da Padroeira da nossa nação, D. Francisco enfatizou que este evento é, simbolicamente, um reflexo da vitória do bem sobre o mal. «Celebrar hoje esta Solenidade é responder em santidade, a exemplo de Maria, às injustiças, corrupções e violências do mundo caótico e afastado de Deus que hoje nos oprime, interroga e, por vezes, assunta», sublinhou. O Prelado fez ainda um apelo à conversão e à busca pela paz em tempos de grandes desafios, convidando todos a seguirem o exemplo de Maria.
D. Francisco continuou a sua reflexão com uma comparação entre a figura de Maria e a de Eva, destacando as respostas opostas de ambas perante o chamado de Deus. Enquanto Eva, simbolizando a desobediência e o pecado, afastou-se de Deus, Maria, na sua humildade e obediência, respondeu afirmativamente ao plano divino. «Maria surge, então, num mundo envelhecido e envolto nas trevas, como um ‘lírio entre espinhos’, a ‘Nova Eva’, a Mãe do ‘Novo Adão’ que nos traz a vida nova da Graça», afirmou o Arcebispo.
O Arcebispo de Évora também usou a ocasião para refletir sobre a importância da paz e da fraternidade, especialmente no contexto atual, marcado por conflitos e divisões. Citando o Papa Francisco, que em Fátima afirmou: «Temos Mãe, temos Mãe, temos Mãe!», D. Francisco reforçou a ideia de que, em Maria, a humanidade encontra não só uma intercessora, mas também um modelo de amor e esperança. «Por isso, somos povo e família; por isso, somos filhos e irmãos», disse, lembrando a todos que a fé em Maria nos fortalece na construção de um mundo mais justo e solidário.
A celebração, que contou com a participação de numerosos fiéis, foi um momento de renovação espiritual, no qual os participantes refletiram sobre a importância da obediência a Deus e do compromisso com a paz e o amor no mundo. Ao final da missa, a comunidade uniu-se em oração, cantando o “Cântico Novo” e agradecendo pelas “maravilhas” que Deus realiza através de Maria.
Fique de seguida com algumas imagens desta cerimónia, numa reportagem de Hugo Calado:
