A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vendas Novas (AHBVVN) lançou recentemente uma carta aberta à população onde revela que o socorro está «comprometido» por «falta de recursos humanos».
Desta forma, contactado pel’ODigital, Vítor Gatinho, presidente AHBVVN, referiu que o objetivo desta carta «não é criar alarmismo, mas sim consciencializar as pessoas da real situação que estamos que estamos a passar».
«É importante demonstrar às pessoas que os recursos são escassos, as dificuldades que temos e essencialmente a capacidade de resposta ao socorro de emergência», destacou.
Assim, «estamos à procura de soluções», porque «muitas vezes, alguns recursos para fazer o socorro à população de Vendas Novas têm de vir de outros corpos de bombeiros».
«Este conjunto de medidas tem como principal objetivo mitigar os problemas na resposta ao socorro no imediato e estabelecer um curto médio prazo para outras medidas que efetivamente reduzam os problemas que eu referi», atirou Vítor Gatinho.
Medidas estas que «não passam pela profissionalização de todo o corpo de bombeiros», já que é «praticamente uma utopia», mas que se direcionam para que «o princípio do socorro e da resposta à emergência assentem em equipas profissionais complementadas com o voluntariado».
«É importante perceber-se também que este modelo de voluntariado está completamente esgotado», acrescentou o presidente, referindo que o corpo tem duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP).
Ainda assim, «dada a escassez de recursos humanos, o que acontece efetivamente é que eles transitam dos quadros da associação para essas equipas e vice-versa», ou seja, «as pessoas são as mesmas e é um problema grave».
Vítor Gatinho revelou que, no corpo de bombeiros de Vendas Novas, estão presentes 22 operacionais profissionais da Equipa de Intervenção Permanente e ainda 20 operacionais como voluntários. Porém, «os profissionais também fazem serviço de voluntariado».
Com a «escassez», o presidente confirmou que «tem havido um aumento das queixas relativamente ao tempo de resposta» e que «há uma preocupação muito grande da nossa parte por não estarmos a atingir aquilo que é o objetivo principal, que é a resposta imediata ao socorro».
«Os serviços de bombeiros funcionam em rede e tenta-se sempre conseguir resposta ao socorro, seja aqui, ou noutro concelho qualquer, ou noutra área de intervenção qualquer», acrescentou, dizendo ainda que «o tempo de resposta para essas ocorrências pode não ser o ideal».
«Isto tudo também se deve, neste momento, aos bombeiros também não possuírem uma carreira profissional como possui qualquer outra entidade a nível nacional», adicionou o presidente.
Ao nosso portal, Vítor Gatinho destacou que pode haver aqui duas soluções e que «só assim se conseguirá anular todos estes problemas que Vendas Novas está a ter».
«Urgentemente, tem de se pensar na profissionalização num futuro ou numa uniformização de procedimentos, tabelas salariais, regalias, etc. para os corpos de bombeiros», concluiu.
De seguida, fique com a entrevista completa ao presidente da AHBVVN, Vítor Gatinho.