O Turismo de Portugal aprovou uma candidatura da associação Rede de Judiarias de Portugal – Terras de Sefarad, no valor de 563 mil euros.
Esta candidatura previa um investimento em «três lacunas» identificadas pela associação, sendo elas “Qualificação da oferta; Internacionalização; e Comunicação”, segundo António Pita, presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide, entidade líder da associação, em declarações a’ODigital.
«São os três grandes eixos que foram considerados pelo Turismo de Portugal como ações importantes para qualificar o produto, que é a herança e o património judaico em Portugal», sublinhou.
Em relação ao primeiro ponto, o autarca frisou que sabe que a «esmagadora maioria dos nossos empresários não têm capacidade de poderem responder às exigências destes mercados de uma forma competente».
Segundo o próprio, são mercados «muito exigentes», «muito aliciantes do ponto de vista económico» e «caracterizados por um perfil de visitantes de um nível médio alto».
«Quando vêm para o território, normalmente impõem um conjunto de exigências. Precisamos que os nossos empresários consigam responder a estas exigências», acrescentou António Pita.
Desta forma, pretende-se que seja criado «um conjunto de ações de formação e de apoio» para que «os empresários possam efetivamente ser mais competentes na sua atividade».
Relativamente à “Internacionalização”, o presidente referiu que este investimento «vai permitir que a Rede de Judiarias de Portugal se possa promover internacionalmente».
«Vamos ter capacidade de ir às feiras, sobretudo àquelas feiras incontornáveis, designadamente em Israel, nos Estados Unidos, na FITUR, na BTL», exemplificou, dizendo ainda que «queremos estar em vários certames a promover o património e a própria associação».
O financiamento perfila-se assim «extremamente importante» para permitir estar com os vários operadores do mercado, porque «proporciona o encontro com aqueles que realmente criam viagens e programas e que trazem os turistas a Portugal, sobretudo os que vêm motivados pela herança judaica portuguesa».
Já na parte da “Comunicação”, o que se pretende é a «criação de conteúdos», pois «precisamos que os nossos museus tenham textos e tenham conteúdos em várias línguas».
Será necessário também que «os municípios, que são detentores de espaços museológicos, possam continuar a fazer esse trabalho».
«Por isso, também temos uma parte desta candidatura que vai permitir que os municípios financiem melhorias importantes nestes espaços», acrescentou.
Em suma, esta aprovação é algo que deixa o autarca líder da associação «muito feliz», acreditando que este investimento «vai fazer toda a diferença».
A candidatura da Rede de Judiarias de Portugal, que envolve meia centena de municípios, foi submetida ao programa de financiamento “Linha + Interior Turismo”.
Paralelamente ao tema, mas ainda na associação, António Pita sublinhou que Marvão faz também agora parte da Rede de Judiarias de Portugal, após reunião da direção em Belmonte (Castelo Branco).