A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo apresentou uma proposta de orçamento ao Ministério da Economia superior a seis milhões de euros.
José Santos, presidente da ERT, revelou a’ODigital que este orçamento é «ambicioso» e que tem «as suas opções bem definidas».
«É uma proposta que nos satisfaz porque conseguimos finalmente trabalhar com a fonte de financiamento de fundos europeus», acrescentou.
Relativamente aos fundos, confirmou que há já uma candidatura aprovada «com o projeto de promoção no mercado transfronteiriço com Espanha».
Contudo, este orçamento ainda não «final», já que terá de ser aprovado pela «tutela», mas «diríamos que essa parte do trabalho está feita». Será, desta forma, colocado para votação na assembleia da entidade «entre outubro e novembro».
José Santos disse ainda que o «workshop que percorreu o Alentejo e o Ribatejo» foi «importante» para estabelecer este orçamento.
«A nossa estratégia e pormenorização do plano foi discutida, enriquecida, comentada e criticada. Penso que ficámos com um documento muito mais próximo daquilo que é a realidade e os desafios do território do que inicialmente, antes de fazermos a primeira reunião», destacou o presidente.
Investimentos
Como destaques, José Santos vincou o Plano de Promoção Turística do Alentejo e do Ribatejo, que se trata de «um projeto de promoção a dois anos, em que vamos essencialmente realizar todo o trabalho de promoção no âmbito da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) do próximo ano».
Já é sabido que o Alentejo e o Ribatejo são os destinos convidados na feira e isso «vai implicar uma campanha televisiva para o mercado português, uma ação de charme e de relações públicas para mais de 200 operadores turísticos internacionais».
O presidente sublinhou ainda que «a BTL vai ser um grande momento de afirmação e de promoção da região».
Destacou também o trabalho que «vamos continuar a fazer na promoção das estações náuticas», mesmo que já tenha sido iniciado no ano passado, mas este ano «vamos fazer com que seja mais visível».
Para além disso, vai ser ainda «refundado» o programam dos Embaixadores do Alentejo, «um programa que estamos a procurar mudar e alterar, porque era um programa que que não estava a funcionar bem»
Vai haver também trabalho na «valorização do enoturismo», porque «o vinho e o enoturismo são hoje, talvez o principal passaporte de entrada de turistas no Alentejo, principalmente de turistas estrangeiros».
«Nós temos de trabalhar para que o Alentejo seja o melhor destino de vinhos dentro do país. Um destino valorizado e que de facto ajude, através desta aliança virtuosa, vinho e turismo, a termos mais turistas e melhores turistas», acrescentou o presidente.
Destaque ainda para o Plano de Capacitação das Pessoas, sendo um programa «a partir do qual nos propomos a atrair talentos que queiram vir trabalhar para o turismo e hotelaria no Alentejo» e ainda para «fixar aqueles que já cá estão».
Desta forma, José Santos vê este programa como «inovador» e que vai ser posto em prática «no início do ano», já que «temos uma grande responsabilidade em conseguir mitigar o problema da falta de mão de obra, por um lado, e da dificuldade em reter profissionais qualificados das nossas empresas do turismo».
Fundos Europeus
O presidente da ERT vincou reiteradamente nas suas declarações que «os fundos europeus não têm estado a chegar ao turismo»: «Tenho chamado à atenção».
«Isso retira musculo e capacidade de promoção do turismo do Alentejo e Ribatejo. É muito difícil, mesmo comparando com outros destinos do país. Há um espaço grande entre esta região e outras regiões», acrescentou.
Admitiu ainda que «era muito importante que os projetos fossem aprovados e que nós começássemos a estar devidamente apetrechados com esses meios financeiros».
Mesmo que já tenha «começado a acontecer» nos últimos tempos, José Santos não se perfilou satisfeito: «Ainda não temos a amplitude necessária e vamos ter novidades em breve».