Várias ofertas diferenciadoras e alguns dos muitos projectos inovadores que estão a ser implementados pela Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, em parceria com agentes públicos e privados, integraram o roteiro, que terminou hoje, da Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.
A Secretária de Estado está a realizar um conjunto de visitas por todo o país para contactar com entidades públicas e privadas, incluindo empresários e empreendedores, do sector do Turismo e conhecer os segmentos de oferta mais diferenciados, que permitem fortalecer a estratégia de desenvolvimento de cada território.
Este roteiro começou no concelho da Chamusca, passou por Gavião, Alter do Chão, Montemor-o-Novo, Évora e terminou em Alcácer do Sal.
No final deste roteiro a Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, falou com ODigital.pt, tendo começado por explicar que “o objetivo destas viagens/tours, sempre em coordenação com as entidades de turismo regionais, é por um lado conhecer, obviamente, mas sobretudo decidir melhor. Ou seja, só podemos decidir/ajuizar se conhecermos as realidades, sejam elas boas ou menos boas, Neste caso tive a felicidade de só encontrar realidades boas, o que me vai naturalmente facilitar a tarefa, mas também fui encontrando alguns desafios que temos pela frente, veiculados pela entidade regional, pelos empresários e portanto é este esforço que teremos de fazer de encontrar aqui soluções e trabalhar nelas e em breve cá estarei para anunciar algumas das medidas que pretendem resolver alguns dos constrangimentos que vamos identificando.”
Questionada sobre quais os desafios que encontro no território Alentejano, Rita Marques referiu que “foram vários. Alguns micro, mais macro. Eu vou tentar centrar-me mais nos macro, para não estar a particularizar uma ou outra situação. Em primeiro lugar, as questões de financiamento, pois como eu referi aqui, há um conjunto de empreendedores e empresários que querem arriscar e vão arriscando e aqui o poder público tem de fazer um risco de mitigar o risco, dentro do possível, desenvolvendo instrumentos de financiamento ou fiscais que possam corresponder às expectativas dos empreendedores. Porque de facto precisamos de investimento privado, principalmente nas geografias que não são mais comuns, e particularmente aqui no Alentejo para nós é importante esta política de coesão territorial e, portanto, teremos de pensar em melhores soluções de forma a que o empresário se sinta acompanhado nessa iniciativa de risco. Essa é uma primeira área em que temos e pensar, reflectir e fazer melhor.”
A Secretária de Estado do Turismo referiu também “uma outra área, que fui referindo ao longo da jornada de ontem e hoje, que tem haver com os recursos humanos. Temos todos de garantir (enquanto cuidadores, criadores e empresários, políticos) garantir que os nossos jovens estão sensibilizados para abraçar profissões ligadas ao turismo. Não tem sido assim. Para crescermos ao nível que temos vindo a crescer, vamos necessitar de muita mão de obra, altamente qualificada, e, portanto, temos de trabalhar em rede aqui com as nossas escolas, garantindo que jovens e menos jovens prosseguem profissões ligadas ao turismo e aqueles que trabalham no turismo não queiram desistir. Isto numa perspectiva de valorizar as profissões adscritas ao turismo.”
Neste roteiro pelo Alentejo foi muito destacado a necessidade de se trabalhar em rede, tendo neste aspecto Rita Marques referido “a importância de trabalharmos sempre em rede, neste caso em articulação com Turismo de Portugal- Secretaria de Estado- Entidades Regionais de Turismo, garantindo que as entidades regionais têm os recursos, sejam materiais ou humanos, para poderem continuar a ser antenas importantes do turismo no território. E portanto essa condição tem de ficar salvaguardada naturalmente.”
Sobre a evolução do turismo e os principais desafios que atravessa, a Governante salienta que “Portugal tem 3 grandes desafios e esses desafios também são comuns ao Alentejo. O primeiro é Turismo Sim, mais turismo em todo o território. E, portanto, quando olhamos para o Alentejo temos aqui um território que precisa de ser trabalhado de forma plena, da costa até ao interior. E no Alentejo ainda temos disparidades, portanto é uma prioridade a coesão territorial”.
Sobre a importância de ter uma oferta de qualidade e diferenciada para uma melhor evolução do Turismo no Alentejo, Rita Marques afirma que “já estamos num patamar que nos permite distinguir oferta qualificada, de trabalhar e entregar mais oferta qualificada de modo a que os proveitos possam crescer por muito que os turistas cresçam a menor ritmo. Porque sabemos que estamos numa nova vaga, sabemos que já não podemos acomodar tantos hóspedes como o fazíamos há anos atrás, mas ainda assim podemos crescer ao nível dos proveitos e é esse trabalho que o Turismo do Alentejo também tem feito de uma forma muito interessante e o Ceia da Silva referiu isso mesmo, de começar a crescer mais ao nível dos proveitos do que dos visitantes.”