O Sporting de Viana do Alentejo recebeu este domingo “Os Belenenses” numa partida a contar para a primeira eliminatória da Taça de Portugal, no primeiro jogo oficial dos alentejanos esta temporada.
Numa partida de verdadeiro “David contra Golias” na festa da Taça, os alentejanos lutaram, mas acabarm derrotados por 2×1 pelo conjunto da Liga 3.
Sem medo
Assim como no conto bíblico, “David” não se encolheu perante o gigante que à frente lhe aparecera. Os vianenses conseguiram meter o seu ritmo no jogo, certo que com alguns percalços, mas sempre foi feita a sua vontade.
Começaram muito pressionantes na perda da bola e bastante assertivos no coração das quatro linhas. Entusiasmados os adeptos verdes e brancos, foram puxando o seu conjunto para a frente.
A bem da sinceridade, em campo não se viam diferenças entre quem é da distrital de Évora e quem se trata de um dos históricos de Portugal. A equipa da casa entrou em modo “guerreiro” para tentar travar as investidas de “Golias”.
Desbravar
Seria de esperar que a partida ficasse mais agressiva. Um grande que não consegue controlar e uma equipa da casa que não tenciona baixar as armas, não daria para muito mais. Era expectável.
À passagem da primeira meia hora, já tinham sido várias as paragens para a entrada das equipas médicas. Ora magoados na cabeça, ora nas pernas. Começou a cheirar a batalha campal.
Para azar dos adeptos, reinava a falta de assertividade. Desejosos de saltar nas bancadas, os adeptos viram muita impaciência no passe, tanto de um lado como do outro, assim como uma visível falta de comunicação, mais uma vez, tanto de um lado como do outro.
Quem agarra a primeira pedra?
Com tanta incerteza, a primeira “pedrada” seria também ela incerta, porém certa que apareceria. Com um Sporting de Viana com as linhas mais baixas do que inicialmente, o o primeiro golpe seria precisamente neles.
Num corte que parecia fácil na direita, “Os Belenenses” receberam um canto. Batido à esquerda do respetivo ataque, foi Gabriel Passos que acertos no coração das aspirações deste “David”. Com um cabeceamento, o defesa azul, que se encontrava solitário, acertou em cheio aos 45 minutos.
Quem dá uma, dá duas
O intervalo trouxe novas ideias da parte dos azuis do Restelo. Mais confiantes em sinal de superioridade, mas também com mais vontade de dilatar a vantagem. Mais próximos da área adversária, foi apenas uma questão de tempo.
Varela pela esquerda, com um cruzamento a imitar uma trivela, encontrou Camilo Triana no meio da área alentejana e só teve de encostar. Estavam jogados 52 minutos e “Golias” encontrou a segunda “pedra”.
Começava a parecer impossível imitar a estória bíblica. O “monstro lendário” ia vencer o “homem” guiado pelo sonho de continuar a sua aventura e guiado pelo desejo de marcar a história.
Bravo apedrejado
Já no chão e apedrejado pela gigante, o Sporting de Viana do Alentejo não parecia recuperar-se. Terá ficado atordoado. Golpe certeiro. Ambições estragadas. Primeira aventura esta temporada, que não correu nada bem. Porém, certo da sua impotência, seguiu com bravura.
A equipa da casa foi tentando segurar uma possível desvantagem maior, com Varela na ala direita azul muito irrequieto. Tudo passava por ele. Ainda assim, as alterações de Luís Coxola ao colocar três no centro da defesa, foi eficaz nessa vontade de evitar.
Pedrinha
A luta compensou, alguma coisa, diga-se. A equipa da casa conseguiu pressionar a linha defensiva adversária e conseguir uma hipótese de conseguir uma chance de dar uma resposta. Uma “pedrinha” que em nada já afetou, mesmo depois de convertido por Bruny no último suspiro do encontro. Estava já escrito o destino do bravo “guerreiro”.
Bravura que sucumbia cada vez mais com o inevitável passar do tempo. Os poetas poderiam escrever da luta, mas não da vitória. O mortal “homem” que adentrou na caverna acabara mesmo no chão com as aspirações dilaceradas no final do combate.