As remunerações mensais em Portugal registaram um aumento de 4,9% no último ano, atingindo uma média de 1.398,17€ em setembro de 2024, segundo dados divulgados pela Randstad Research. No entanto, no Alentejo, os salários continuam entre os mais baixos do país, com destaque para o distrito de Beja, que apresenta a remuneração média mensal mais baixa, de 1.111€.
A análise da Randstad, baseada em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e outras fontes, evidencia disparidades significativas entre as regiões portuguesas. Lisboa lidera com a média salarial mais elevada (1.616€), enquanto apenas três distritos, Lisboa, Setúbal e Porto, têm salários acima da média nacional.
Apesar das remunerações modestas, o mercado de trabalho no Alentejo demonstra sinais positivos. A região acompanha a tendência nacional de crescimento do emprego, que atingiu um recorde de 5,14 milhões de profissionais em Portugal no terceiro trimestre de 2024, representando 56,6% da população em idade ativa.
Outro dado relevante é o aumento da população ativa e o crescimento das qualificações entre os trabalhadores. Em Portugal, 33,5% da população ativa possui formação superior, com uma taxa de emprego de 79,2%. No entanto, o estudo também aponta que 32,5% dos trabalhadores portugueses continuam a ter qualificações limitadas ao ensino obrigatório, o dobro da média europeia.
No setor empresarial, o Alentejo segue a tendência nacional de crescimento, com mais empresas constituídas do que dissolvidas durante a maior parte do ano. Este crescimento reflete-se num clima económico que se mantém estável desde 2021, com um aumento de 0,4 pontos percentuais no indicador de clima económico em novembro de 2024.
Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, sublinha que «os dados reforçam a estabilidade económica e a trajetória de crescimento das remunerações e do emprego em Portugal, embora persistam desigualdades regionais».