A renovação da Igreja Matriz de Alvito encontra-se num impasse, encontrando-se num estado «degradante», segundo o presidente do município.
Em publicação nas suas redes sociais, onde mostrou o seu desagrado, José Efigénio, confirma que, em 2019, «foi assinado um protocolo tripartido entre a Câmara Municipal de Alvito, a Sub-direção Geral do Tesouro e Finanças (SDGTF) e Paróquia de Alvito para submissão de uma candidatura a fundos comunitários para recuperação do interior e exterior da Igreja».
Entretanto, em 2023, a SDGTF, que era proprietária do imóvel, foi extinta e a posse da igreja passou para a empresa ESTAMO, SA.
Pelo meio, houve sim uma restauração, do interior do edifício, que foi concluída. A questão que se levante está assente no exterior, que teve uma candidatura que «nunca foi submetida», assim como «nem sequer o projeto de arquitetura e especialidades foram efetuados».
O autarca refere ainda, na mesma publicação, que já reuniu com o “novo dono”, depois da igreja passar para as mãos da ESTAMO, SA. Conclusão? «A responsabilidade do pagamento da reabilitação tem de ser do Ministério da Cultura».
Mais tarde, José Efigénio reuniu com o presidente da empresa e do Instituto do Património Histórico e Cultural (IPHC) [empresa tutelada pelo referido ministério]: «Assinatura de protocolo tripartido com a ESTAMO, IPHC e CMA, em que as duas entidades se comprometem dividir as despesas e a CMA ficaria como dona da obra».
Depois desta revisão cronológica, em declarações a’ODigital, o presidente destacou que a indignação, no momento, baseia-se em «estar prevista a assinatura do protocolo com vista o financiamento da obra, mas ainda aguardamos essa assinatura».
Esclareceu ainda está em causa um montante de «cerca de meio milhão de euros» e que se pretende a «renovação do telhado e todo o reboco e pintura da igreja».
«Nós, Câmara Municipal, não somos proprietários e temos feito de tudo para que o proprietário possa, ou fazer a obra, ou deixar-nos fazer a obra e pagar, porque o património é da empresa», acrescentou.
Questionado se, para além da degradação da igreja, a mesma oferece algum risco à população, o autarca respondeu que «o risco é ter diariamente o reboco da igreja a cair» e que «quando chove há infiltração de águas».
Um «estado lastimável» de um edifício que «se está a estragar ano após ano» e que «precisa urgentemente de uma remodelação».
Em relação ao interior do imóvel, o autarca destacou que «uma grande parte esta reabilitada e em condições brilhantes», porém «quando chega o inverno, chove praticamente como se estivéssemos na rua».
Sublinhou também que, ainda no interior, «há a necessidade de uma intervenção urgente, na zona do altar», que não está «em perigo de ruir, mas está em más condições».
«Já está identificado pela empresa e será o passo a seguir», concluiu.
De referir que tentámos contactar a empresa ESTAMO, SA, mas não obtivemos qualquer resposta até ao momento. Pretendíamos saber se há detalhes a limar antes da assinatura, ou o que faltaria para que esta acontecesse e para a obra arrancar.