A vila de Redondo celebrou, esta quarta-feira, os 120 anos da chegada do abastecimento de água canalizada a esta vila do distrito de Évora.
Mais que celebrar o aniversário, este evento serviu para sensibilizar para a preservação de um bem essencial e que cada vez escasseia mais, a água.
O evento realizou-se ao final da tarde no Centro Cultural de Redondo, onde foi inaugurada a exposição “O abastecimento de águas cristalinas da Serra D’Ossa à vila de Redondo”, seguindo-se uma conferencia em que foram oradores o presidente da Câmara de Redondo, David Galego, o presidente da Associação Terras D’Ossa, Domingos Madruga, o professor doutor António Rei, da Universidade Nova de Lisboa, Daniel Barros Gomes, da EPAL e Susana Bicho, do Arquivo Municipal de Redondo.
Em declarações a’ODigital.pt, o presidente da Associação Terras D’Ossa, Domingos Madruga, começou por explicar que “estas comemorações significam o culminar de uma época, pois, foi um empreendimento “colossal” e “assombroso” de uma distância de 13 quilómetros que transportou a água que era necessária para as populações e foi à base de escavação de picareta e alguma dinamite que se conseguiu trazer a água das nascentes da Serra D’Ossa e é isso que queremos celebrar”.
Mas toda a ideia de celebrar esta data surge em 2017 quando “começámos uma pesquisa de documentação fotográfica e dos próprios documentos e que nos tem levado a conhecer uma história única e que tem a Serra D’Ossa como ponto central”, frisou.
Para Domingos Madruga, “este evento serve também para que as pessoas perceberem que a água que nós desperdiçamos todos os dias, com duches, com lavagem de utensílios, que é mais preciosa do que aquilo que pensamos.”
O presidente da Associação lembrou ainda que “na época realizou-se esta obra, algo que agora não sei se iria concretizar-se, pois, para se fazer eram necessários cerca de 4,5 milhões de euros.”
Já o presidente da Câmara de Redondo, David Galego, disse que “este aniversário vem também celebrar e sensibilizar para a poupança e água, pois, agora abrimos a torneira e a água vem e há um século não era assim e na altura foi um facto muito significativo para a vila poder vir a ter água canalizada”.
“Com este evento pretende-se não só valorizar o trabalho de quem, naquela altura, com os recursos que tinha disponíveis, teve a capacidade e o empreendedorismo para fazer chegar a água canalizada à vila de Redondo, mas também, alertar para a necessidade de termos um trabalho de otimização e um trabalho responsável na preservação de um bem que é tão escasso que é a água”, frisou o autarca.
David galego evidenciou ainda o facto de com este aniversário se “falar novamente da Serra D’Ossa, do seu potencial e da sua história que é riquíssima e que neste momento acabamos também por marcar mais um ponto, pois, efetivamente, há na Serra também outros elementos ligados a todo este trabalho que foi realizado na altura da canalização da água até à vila de Redondo e que muitos deles ainda não se conseguem efetivamente visitar”.
Fique de seguida com as imagens deste evento, numa reportagem de Hugo Calado: