Com o início da campanha de colheita de pinha a aproximar-se, o Congresso Internacional PINEA SPOT, dedicado à fileira do pinheiro manso, reunirá em Lisboa na próxima semana (21 a 23 de novembro) cerca de 100 participantes entre investigadores nacionais e internacionais, indústria transformadora e proprietários florestais para discutir os avanços de conhecimento na fileira e os impactes das alterações climáticas sobre a produção nesta espécie.
O pinheiro manso é característico do litoral Alentejano e do Ribatejo, ocupando em Portugal cerca de 200.000 hectares de área, sendo a 5ª espécie florestal a nível nacional. Trata-se de um sistema agroflorestal, com uma exploração de cariz extensivo, onde a colheita anual da pinha é ainda realizada maioritariamente de forma tradicional, mas onde a digitalização e a incorporação de novas tecnologias tem vindo a ser crescente no sentido de melhor entender os processos de floração, frutificação e colheita.
Esta espécie florestal mediterrânica, autóctone e produtora de pinhão, tem também encontrado novas geografias produtivas com áreas em produção na Nova Zelândia e no Chile, onde se vulgarizou a técnica da enxertia desenvolvida em Portugal para o pinheiro manso no início dos anos 2000.
Neste evento estarão presentes investigadores nacionais, espanhóis, italianos e chilenos, que irão apresentar os resultados dos seus trabalhos de pesquisa sobre os desafios que as alterações climáticas trouxeram ao pinheiro manso em termos do seu crescimento e frutificação, da prevenção contra pragas e doenças, mas também as oportunidades disponíveis em termos do aumento da transparência dos circuitos comerciais da fileira, com um melhor conhecimento da qualidade das pinhas e dos pinhões que são anualmente transacionados.
Na componente industrial verifica-se um investimento significativo na mecanização da operação de colheita da pinha, nomeadamente através de projetos financiados no âmbito das Agendas de Inovação direcionadas à floresta.