Quinta-feira, Abril 24, 2025

Presidente da Câmara de Reguengos defende praias do interior como ativos de identidade e sustentabilidade

As praias do interior representam mais do que espaços balneares. São ativos territoriais que integram paisagem, património, cultura e turismo sustentável. A ideia foi defendida por Marta Prates, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, durante o IV Congresso Ibérico Bandeira Azul em Praias do Interior, que decorre nos dias 10 e 11 de abril, naquela cidade alentejana.

«As praias do interior são normalmente praias com uma envolvente cultural, paisagística e patrimonial muito rica. A nossa, por exemplo, permite ver Monsaraz, a vila medieval, enquanto se usufrui da praia. Isso representa uma experiência muito distinta e completa», afirmou a autarca, sublinhando que a oferta balnear deve ser pensada como parte de um ecossistema mais vasto.

A presidente da autarquia considera que estes territórios são também símbolos de um novo modelo de turismo: mais sustentável, mais imersivo e com menor impacto. «Queremos visitantes que absorvam a experiência, conheçam os nossos produtos endógenos, a nossa paisagem, o nosso património, mas que deixem tudo como encontraram. Um turismo que cria valor sem deixar marcas», referiu.

Marta Prates defendeu que a Praia Fluvial de Monsaraz, além de ter sido a primeira do Alqueva, foi também a primeira da albufeira a receber a Bandeira Azul, o que justifica a realização do congresso no concelho. «Temos uma praia lindíssima e uma história pioneira na valorização do território. É com orgulho que acolhemos este encontro ibérico», afirmou.

A autarca destacou ainda os bons indicadores turísticos do município. «Este ano ultrapassámos as 80 mil dormidas no concelho. Superámos em percentagem a média nacional e a média do Alentejo. Isso deve-se a uma estratégia de equipa e a uma visão integrada do território», indicou.

A Bandeira Azul, enquanto certificação de qualidade, foi também referida como fator de credibilidade e atratividade: «É uma marca reconhecida que transmite confiança. Não se aplica apenas à qualidade da água, mas a toda a gestão e envolvente da praia».

Sobre os principais desafios, Marta Prates apontou a necessidade de manter o equilíbrio entre atratividade turística e proteção ambiental: «O grande desafio é sabermos exatamente o que queremos para o nosso território. E o que queremos são pessoas que venham pela experiência, pelo contacto com o lugar e não por turismo de massas».

A presidente concluiu que as praias do interior representam hoje uma oportunidade para afirmar o interior como espaço de qualidade de vida e de futuro: «Estamos a falar de um produto de excelência, que integra natureza, cultura e identidade. E é esse valor que queremos continuar a preservar e promover».

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