Um investimento de cerca de cinco milhões de euros vai permitir a reabertura da antiga fábrica de painéis solares de Moura, no distrito de Beja, e criar “mais de 40” novos postos de trabalho, foi hoje anunciado.
A unidade irá começar a produzir painéis solares fotovoltaicos flexíveis e baterias de lítio de alta temperatura neste concelho alentejano, num projeto desenvolvido pelo grupo português Lux Optimeyes Energy.
O investimento total está avaliado em cerca de cinco milhões de euros, contando com uma comparticipação comunitária, através do programa operacional regional Alentejo 2020, na ordem de 2,96 milhões de euros.
A assinatura do contrato de arrendamento da antiga Moura Fábrica Solar (MSF), bem como de um memorando de entendimento entre o grupo de investidores e o município para implantação do projeto, está prevista para as 11:00 desta sexta-feira.
Segundo a autarquia, nesta sessão deverão estar presentes o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e os secretários de Estado Adjunto e da Energia e da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Galamba e João Paulo Catarino, respetivamente.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Moura reconheceu ser um momento importante para o concelho, “por ser um projeto consistente” de um investidor que quer “fazer um caminho sustentado e, acima de tudo, com competência e tecnologia inovadora”.
“E para nós preconiza esse grande objetivo que traçámos no início do mandato, que era devolver o investimento privado ao concelho de Moura e termos investimento neste domínio que fosse consistente”, acrescentou Álvaro Azedo (PS).
O autarca estimou que a fábrica poderá entrar em funcionamento “até final do ano”, tendo a expectativa que seja um projeto “para ficar muitos anos” em Moura.
“O investidor até concorreu à obtenção de um lote municipal mesmo em frente da atual fábrica”, revelou Álvaro Azedo, considerando esta “a maior garantia” que a autarquia tem de que grupo Lux Optimeyes Energy “veio para Moura para ficar”.
Caso contrário, “não estaria a acautelar o futuro adquirindo um lote na zona industrial de Moura”, reforçou.
A nova unidade industrial irá permitir a criação de mais de 40 postos de trabalho diretos em Moura, na maioria para antigos colaboradores da MSF.
“São pessoas que já têm algum ‘know how’, experiência e conhecimento”, vincou o presidente da câmara municipal.
O projeto prevê ainda a criação de 200 postos de trabalho indiretos na promoção, venda, desenvolvimento e instalação das soluções a fabricar.
A MFS começou a funcionar em 2008 e foi uma das contrapartidas do projeto de construção da Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, também no concelho de Moura.
Propriedade da empresa espanhola ACCIONA, a fábrica parou de produzir em setembro de 2018 e encerrou em definitivo em janeiro de 2019, deixando no desemprego 105 pessoas.
A Câmara de Moura anunciou ainda que, além da assinatura do contrato de arrendamento da antiga MSF, os mesmos governantes irão estar, às 9:00, na cerimónia de assinatura do protocolo no âmbito da gestão de habitats e espécies ameaçadas e melhoria das condições de visitação no Perímetro Florestal da Contenda, localizado no concelho.