Quinta-feira, Setembro 12, 2024

Investigador da Universidade de Évora distinguido com prémio internacional por contributos na investigação climática

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Miguel Bastos Araújo, professor do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora e titular da Cátedra Rui Nabeiro – Biodiversidade, foi distinguido com o “Marsh Award for Climate Change Research”.

Este prémio é atribuído anualmente pela Sociedade Britânica de Ecologia para reconhecer investigações de excelência com impacto significativo no desenvolvimento da ciência da ecologia ou na sua aplicação.

Araújo, o primeiro português a integrar o ranking dos mil cientistas climáticos mais influentes do mundo, é um biogeógrafo dedicado a estudar a distribuição espacial e temporal da vida e os fatores que determinam estes padrões, com um enfoque especial nos impactos das alterações climáticas nos sistemas biológicos. «Sinto-me honrado por ter recebido vários prémios nacionais e internacionais de prestígio ao longo da minha carreira. No entanto, dado que realizei a maior parte da minha formação académica na Grã-Bretanha, ser reconhecido pela British Ecological Society pela minha investigação tem um significado especial para mim», afirmou Miguel B. Araújo.

O investigador destaca-se pelo desenvolvimento de modelos de distribuição de espécies que assumem que estas respondem a fatores ambientais, como o clima, de forma individualista. «A minha investigação é mais conhecida pelo desenvolvimento de modelos de distribuição de espécies, que assumem que as espécies respondem a fatores ambientais, como o clima, de uma forma individualista», explicou Araújo. «Embora as interações bióticas influenciem a ocorrência e a coexistência de espécies a nível local, o seu impacto macroecológico é mínimo quando comparado com os principais fatores ambientais», acrescentou.

Recentemente, a equipa de Araújo começou a explorar as interações bióticas de uma nova perspetiva, focando-se em como o ambiente pode influenciar estas interações. «Em vez de nos concentrarmos na forma como estas interações podem afetar a distribuição de espécies individuais, estamos a examinar a forma como as interações bióticas são influenciadas pelo ambiente», explicou. «Por exemplo, se o clima influencia os tipos de interações bióticas num determinado local, podemos mudar o foco das nossas previsões e abordar uma questão muito mais importante. Em vez de prever como as espécies respondem às alterações ambientais, o nosso objetivo é prever como as alterações ambientais irão alterar a composição e a função dos conjuntos de espécies», sublinhou o investigador.

O prémio será formalmente entregue a Miguel B. Araújo durante a Reunião Anual da Sociedade Britânica de Ecologia, que decorrerá de 10 a 13 de dezembro, no centro de convenções de Liverpool, Inglaterra.

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