A Fundação Inatel confirmou hoje que vai deixar de apoiar o Festival Imaterial, em Évora, justificando que a decisão “está também relacionada com a prioridade da autarquia” para colaborações com projetos da Capital Europeia da Cultura (CEC).
Numa resposta a questões colocadas pela agência Lusa através de correio eletrónico, a Fundação Inatel indicou ter informado recentemente “a Câmara de Évora sobre a decisão de não continuar o apoio ao Festival Imaterial”.
“A decisão está também relacionada com a prioridade da autarquia em colaborar com a Fundação Inatel em projetos ligados à candidatura de Évora como Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027”, adiantou.
A instituição escusou-se a divulgar o montante que atribuía à organização do evento, “por respeito institucional”, assinalando, ainda assim, que os valores podem ser consultados nas “contas públicas da Câmara Municipal de Évora”.
Em relação aos projetos associados à CEC Évora_27 que pretende apoiar, a Fundação Inatel disse que “aguarda propostas concretas da Câmara de Évora para análise, com o objetivo de identificar os projetos mais alinhados com a sua missão”.
“O montante [a atribuir a esses projetos] será definido com base nas propostas recebidas e no orçamento disponível, avaliando se estão alinhadas com a missão da Fundação e seus objetivos estratégicos”, acrescentou.
Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, revelou à Lusa que a 5.ª edição do Festival Imaterial, que deveria acontecer de 16 a 24 de maio de 2025, foi cancelada, após a Fundação Inatel ter retirado o apoio financeiro.
“A retirada do apoio financeiro do Inatel põe em causa o Festival Imaterial”, pelo que “não será possível realizar” a próxima edição, afirmou o autarca, mostrando-se surpreendido com a decisão da Fundação Inatel.
O evento foi realizado pela primeira vez em 2021, fruto de uma parceria entre a Câmara de Évora e a Fundação Inatel, para promover o Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O Imaterial, cuja programação esteve sempre a cargo do diretor artístico e de produção do Festival Músicas do Mundo (FMM) em Sines, Carlos Seixas, incluía concertos, cinema, performance, conferências e conversas.