O Centro de Arqueologia e Artes, em Beja, acolhe entre 26 de abril e 2 de agosto de 2025 a exposição «TERRA», dedicada à obra do artista Jorge Castanho, natural de Beja e residente em Lisboa.
A exposição ocupa oito salas dos dois andares superiores do edifício e reúne mais de quinhentas obras produzidas ao longo das últimas duas décadas. Entre os trabalhos apresentados contam-se esculturas digitais — impressas em 3D, em papel ou apresentadas em vídeo — mais de uma centena de desenhos a pastel desenvolvidos como concept art, esculturas em porcelana e madeira, instalações, peças de animação, vídeo e textos.
Grande parte das obras resulta de uma investigação em modelação digital 3D, iniciada por Jorge Castanho na Universidade de Sevilha e continuada na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Os projetos apresentados têm como foco temas ligados à condição humana, ao confronto, à ausência, à pertença e à extinção. Algumas das peças representam ecossistemas ficcionais habitados por múltiplas personagens.
Nos projetos de animação participaram vários colaboradores com quem o artista estabeleceu parcerias ao longo dos anos, incluindo fotógrafos, poetas, engenheiros, músicos e um grupo de alunos do Liceu Camões.
Durante o período da exposição será ainda apresentado um livro que reúne textos do crítico de arte António Cerveira Pinto e dos poetas António Souto e António Vilhena, entre outros.
A produção da exposição é da responsabilidade da Câmara Municipal de Beja, com coordenação de Maria João Macedo e Paulo Monteiro e montagem de Tânia Matias.
Jorge Castanho nasceu em Beja em 1961. Estudou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa nos anos 80 e foi curador de arte contemporânea no Baixo Alentejo durante a década de 1990. Doutorado em Desenho pela Universidade de Sevilha, realizou ainda dois programas de pós-doutoramento na Universidade de Lisboa, com apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Paralelamente à prática artística, Jorge Castanho desenvolve um projeto de arte e natureza no Parque Natural do Vale do Guadiana, onde já plantou mais de três mil árvores autóctones desde 2020. O seu acervo pode ser visitado na Rua dos Navegantes, em Lisboa.