
O Ministério Público de Évora deduziu acusação contra a empresa proprietária e os ex-gerentes de um lar privado da vila de Redondo, no distrito de Évora.
Os ex-gerentes, bem como a empresa proprietária do lar, estão acusados, cada um, de 12 crimes de maus tratos a idosos.
Segundo o Ministério Publico, os ex-gerentes deste lar, que exerceram essas funções entre 2010 e 2017, alegadamente gritavam com os idosos que residiam no lar e não lhes serviam as refeições e as dietas adequadas, relatando o Ministério Público que aos idosos “serviam diversas vezes feijoada, pés de porco, migas de porco com carne gorda ou filetes de peixe gato” e os arguidos faziam refeições na mesma sala mas comiam “camarão grelhado, peixe grelhado e outras comidas”.
O Ministério Público relata ainda a escassez de assistência médica e de enfermagem aos utentes do lugar, referindo que a arguida “sem qualquer prescrição médica, administrava os utentes comprimidos para dormir e sedativos”, acrescentando que “alguns utentes começaram a desenvolver úlceras (escaras) as quais por vezes passavam alguns dias, 3 ou 4 dias, sem fazerem tratamento ou mudança de penso, uma vez que não havia enfermeiro para o fazer.”
Pode ainda ler-se na acusação, que o ex-gerente ao ser confrontado com a reclamação de uma idosa por causa da alimentação, terá gritado “a essa dêem 50 bolachas para ver se enche a barriga”
O Ministério Publico concluiu que os arguidos “sabia que as condutas por si praticadas poderia provar consequências físicas e psicológicas” e que “punham em perigo a saúde, a integridade física e ao mesmo tempo a vida” dos idosos.
Assim, o Ministério Público acusou um homem e uma mulher, bem como a empresa proprietária do lar, de 12 crimes de maus tratos.