Com a chegada da pandemia da Covid-19 a Portugal, muitos sectores foram afectados de um momento para o outro, criando problemas tanto a nível laboral, como a nível económico, no entanto há sectores que continuaram a trabalhar em pleno, apesar de algumas alterações na forma de trabalhar.
Um desses exemplos é a EDIA – Empresa De Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, que continuou a laborar em pleno, apesar de ter alterado algumas formas de trabalhar, principalmente ao nível administrativo.
Para conhecer um pouco melhor a realidade desta empresa, ODigital.pt falou com o seu presidente, José Pedro Salema, que explicou de que forma a pandemia afectou a EDIA e se esta crise se vai ou não reflectir nas contas da empresa.
José Pedro salema começou por referir que a pandemia “afectou a nossa forma de trabalhar, tivemos a primeira fase em que as coisas se precipitaram muito rapidamente, tivemos uma debandada geral das pessoas dos escritórios”, acrescentando que estas alterações correram “muito bem para a EDIA, porque já tínhamos implantado há alguns meses a plataforma Teams, que é a nossa ferramenta de comunicação e no fundo, umas semanas antes já estávamos a antecipar que isto podia acontecer”. No entanto “é obvio que há tarefas que tem de ser feitas presencialmente, não há como evitar e mesmo no escritório que tem de ser desenvolvidas presencialmente e ainda as funções operacionais, é obvio que o técnico de manutenção ou o operador de supervisão da rede de distribuição não pode fazer teletrabalho, tem de estar à frente do monitor, ou seja, há funções que não foram passadas para teletrabalho, nem nunca podiam passar.”
Mas José Pedro Salema deixou claro que apesar da crise provocada pela pandemia, a EDIA é “uma empesa de distribuição de água, essa é a prioridade número um e portanto temos de garantir que a água não falta nos nosso clientes e nunca faltou e esperemos que nunca falte, essa é a prioridade numero um”.
A EDIA terminou 2019 com capitais próprios positivos de 40 milhões de euros, questionado se a pandemia pode afectar estas contas neste ano de 2020, José Pedro Salema diz que “em principio não, o que mais pode afectar as contas da EDIA é o clima, ou seja, se o São Pedro for muito bonzinho para os agricultores, é muito mauzinho para as contas da EDIA, se chover muito a EDIA venderá menos água, se chover muito pouco a EDIA vende mais água, se estiver muito calor vende mais água, se estiver mais fresco a EDIA vende menos água. A dependência que existe nas contas da EDIA é hoje principalmente devido ao tempo e conseguimos ver isso muito bem nas contas dos últimos anos”.
Sobre esta questão do clima e a sua influência nas contas da empresa o Presidente da EDIA deixa claro que “a EDIA está cá principalmente para promover o desenvolvimento geral por via da distribuição de água, estamos cá para isso e sabemos que há anos em que chove mais e há anos em que chove menos, estamos completamente tranquilos com isso.”
Sobre os projectos que a EDIA tem em execução, José Pedro Salema, adianta que “estamos com a segunda fase de Alqueva em pleno, com os blocos de Odivelas, Évora e de Viana do Alentejo, já estão em construção, assim como a ligação a Sines, e esse crescimento é fundamental, por aumentarmos a escala do problema, por alargarmos os beneficiarmos a concelhos que estão muito próximo do sistema e não eram servidos pela água de Alqueva e no fundo alargando um ecossistema agrícola, para que seja pulsante, que seja vibrante, com as empresas a criar riqueza e a criar valor acrescentado”.
Questionado se com todo o desenvolvimento ocorrido em torno de Alqueva o Alentejo está agora mais preparado para qualquer crise, do que estava há uns anos, Salema é perentório ao dizer que, “claramente que o Alentejo hoje está muito melhor, do que estava há 20 anos no ponto de vista económico, e a actividade agrícola está na base de todas as necessidades, pois vai haver sempre necessidade de haver agricultura e esta pandemia também veio demonstrar isso, nós precisamos de algumas coisas e outras podemos dispensar, mas não podemos dispensar a comida, e assim não podemos dispensar quem produz tudo aquilo que nós comemos, que são os agricultores.”