A localidade de Vila Viçosa acolheu, este sábado, a conferência internacional «Imaculada Conceição. Teologia, Política e Cultura», organizada pelo Instituto da Padroeira de Portugal para os Estudos da Mariologia.
O evento, realizado no Salão Nobre dos Paços do Concelho, assinalou os 170 anos da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição pelo Papa, um marco fundamental na história da Igreja Católica e na tradição religiosa de Portugal.
A conferência reuniu seis conferencistas de Portugal, Espanha, França e Itália, que abordaram a Imaculada Conceição de diversas perspetivas: teológica, política e cultural. Entre os participantes, especialistas nas áreas da história da Igreja, mariologia e teologia apresentaram reflexões profundas sobre a evolução do dogma ao longo dos séculos, as implicações políticas da sua proclamação e a sua influência na cultura europeia, especialmente em Portugal.
Carlos Filipe, do Instituto da Padroeira de Portugal para os Estudos da Mariologia, sublinhou a importância do evento ao afirmar que a conferência não só se destina a promover um maior entendimento sobre o Dogma da Imaculada Conceição, mas também a «valorizar uma realidade que faz parte da fé profundamente enraizada dos portugueses».
Segundo Carlos Filipe, o objetivo foi «disseminar conhecimento sobre um dogma que, embora tenha uma grande importância na história religiosa, é muitas vezes desconhecido pelo público em geral». Carlos Filipe também recordou o papel pioneiro de D. João IV, que, em 1646, foi o primeiro monarca português a promover a devoção pública à Imaculada Conceição, contribuindo assim para a sua posterior formalização como dogma em 1854.
O investigador destacou ainda que, embora o Instituto não tenha um carácter eclesiástico, a sua missão é fundamental para o fomento do estudo da mariologia e a preservação da história religiosa de Portugal. A conferência foi, assim, «uma oportunidade de refletir sobre a relevância do Dogma da Imaculada Conceição, que é não só um elemento central da teologia católica, mas também um símbolo de identidade e devoção nacional».
Ao longo da conferência, os participantes partilharam perspectivas sobre a defesa do dogma, a sua relação com a Ordem de Santo Agostinho e os usos político-teológicos do Imaculismo, além de explorarem a devoção ao Imaculado Coração de Maria.