A peça “Floresta de Enganos”, de Gil Vicente, é a nova coprodução do Centro Dramático de Évora (Cendrev) e da companhia A Escola da Noite, com estreia marcada para quinta-feira, na cidade alentejana, foi hoje divulgado.
Este espetáculo, que é a terceira coprodução entre as duas companhias, conta com encenação de José Russo, diretor artístico do Cendrev, e fica em cena no Teatro Garcia de Resende, em Évora, até 12 de dezembro, de quarta-feira a domingo.
Segundo o Cendrev, “Floresta de Enganos”, que é “a última obra” de Gil Vicente, foi “escrita e representada pela primeira vez em Évora em 1536.
“Considerada, a muitos títulos, como uma ‘peça-problema’ dentro da obra vicentina, é uma peça de enigmas e mistérios, de subentendidos que deixaram de ter o seu contexto”, em que se cruzam os planos de seres mitológicos e terrenos, realçou.
A companhia assinalou que a peça foi “classificada como comédia na Compilação de 1562” e que “esse é o tom em que se desenvolve, com personagens que, reciprocamente, tentam enganar-se em histórias paralelas e um ‘gran finale’, com casamento e música”.
“Floresta de Enganos” é a terceira coprodução entre as duas companhias, depois de “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos (2012), e de “Embarcação do Inferno”, também de Gil Vicente (2016), lembrou.
O texto é representado em português, com a tradução dos versos castelhanos feita por José Bento, em 1999, para o Teatro da Cornucópia, publicada pela Assírio & Alvim.
Já o elenco é composto por Ana Meira, Beatriz Wellenkamp Carretas, Hugo Olim, Ivo Luz, Jorge Baião, José Russo, Maria Marrafa e Miguel Magalhães.
O espaço cénico foi criado por João Mendes Ribeiro, Luísa Bebiano e Sebastião Resende, também autor das esculturas que integram a cenografia.
A equipa artística inclui ainda Paulo Vaz de Carvalho (música e oralidade), Ana Rosa Assunção (figurinos e adereços) e António Rebocho (desenho de luz).
O Cendrev e a companhia A Escola da Noite, de Coimbra, contaram com a consultadoria científica de José Augusto Cardoso Bernardes, investigador e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, especialista na obra de Gil Vicente e que “há muitos anos acompanha os percursos vicentinos dos dois grupos”.