Quinta-feira, Outubro 3, 2024

Campeão do mundo recebido na Câmara de Estremoz, mas reclama «falta de condições» (c/fotos)

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O medalha de ouro no Campeonato do Mundo de Ciclismo de Estrada para Surdos, André Soares, foi recebido na Câmara Municipal de Estremoz.

O estremocense, que recebeu ainda mais duas medalhas, destacou aos jornalistas que foi uma vitória «especial» para o atleta, mas também para «Estremoz e para os estremocenses».

«Já há muitos anos que trabalhamos nesta vertente dos surdo-olímpicos. Temos vindo a fazer um trabalho muito importante, a lutar contra as adversidades», acrescentou o atleta.

Ainda assim, André Soares sublinhou que há «poucos apoios» e que isso traz «dificuldades» na hora das provas.

 «No caso do contrarrelógio, sabemos que temos possibilidades para discutir mais uma medalha, mas tivemos de competir com uma bicicleta antiga, 20 anos atrasada, contra atletas que têm bicicletas muito mais modernas, com material muito melhor que o nosso», esclareceu.

Mesmo «contente» com o feito e com as três medalhas, o atleta reforçou que os apoios da Federação, do Comité Paralímpico e do «pilar» município «não chegam».

«Nós precisamos de ter mais condições materiais para competirmos, acima de tudo», vincou, adicionando que «a federação tem muitas vertentes e não consegue acudir a todo o lado».

A faltar «material atualizado e bicicletas melhores», o estremocense referiu que só assim seria «mais fácil para treinarmos e mais fácil para termos melhores resultados».

«Estamos a trabalhar e a levar o corpo ao limite, mas depois temos de competir com material de há 20 anos», atirou, complementando que «sabemos que não é por falta de capacidade física e falta de treino e que é por falta de condições».

Questionado se se sente valorizado dentro da modalidade, o ciclista prontamente respondeu que «muitas vezes não».

«Achamos que não nos é dado o destaque que merecemos. Somos muito abafados e isso é uma realidade», destacou.

Mesmo trazendo para Portugal «uma das melhores representações do país no ciclismo em vários anos», o atleta admitiu que se sente «completamente abafado».

Revelou que não houve uma receção, já que «não tínhamos nenhum representante da federação para nos receber no aeroporto, só familiares e amigos», sendo esta também uma «questão a trabalhar».

Ainda assim, tem esperança de que «com estes resultados», possa ter «mais condições, como apoios e patrocínios».

«Tudo para conseguirmos, não a longo prazo, mas para o ano, estar na discussão de todas as medalhas e de todos os resultados», disse ainda.

Em relação ao “cruzar a meta”, André Soares afirmou que é quando «as emoções vêm à flor da pele», porque «vamos sempre com uma grande concentração na corrida».

«Acho que é quando cruzamos a linha da meta é que nos começamos a aperceber do que acabámos de fazer», acrescentou.

Disse ainda que só sentiu o «apoio que houve deste lado», quando chegou a casa e conseguiu «ver as notícias e tudo mais».

Relativamente a planos futuros, o atleta sublinhou que o «grande objetivo é o já para o próximo ano, os surdo-olímpicos em Tóquio».

«Vamos tentar estar na disputa de todas as medalhas e em todas as corridas. Temos essa possibilidade», concluiu o ciclista.

De seguida, fique com a reportagem fotográfica da receção do campeão do mundo no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Estremoz.

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