Sábado, Janeiro 18, 2025

Câmara de Viana do Alentejo vai continuar a ser gerida com o orçamento de 2023

A Câmara de Viana do Alentejo vai continuar a ser gerida com o orçamento de 2023, pelo segundo ano consecutivo, após o chumbo da proposta da gestão CDU para o próximo ano, afirmou hoje o presidente do município.

Em declarações à agência Lusa, o autarca de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte (CDU), revelou que, após o chumbo da proposta de orçamento para 2025 em reunião de câmara, não tenciona, para já, avançar com novas negociações com a oposição.

“A oposição está completamente intransigente e não há razão nenhuma para eu voltar a fazer e apresentar outro orçamento”, pelo que o município, no distrito de Évora, vai continuar a ser gerido com base no documento de 2023, adiantou.

Segundo o autarca, a proposta de orçamento municipal para 2025, no valor de quase 15 milhões de euros, foi rejeitada em reunião de câmara, com os votos a favor dos dois eleitos da CDU e os votos contra dos dois vereadores do PS e do eleito do PSD.

Contactada pela Lusa, a vereadora socialista Gertrudes Garcia argumentou que a gestão CDU “não tem mantido uma postura de negociação, mas antes de prepotência” e que, num orçamento anterior, aceitou “algumas das propostas do PS e, depois, na prática, das 10, concretizou duas”.

Além disso, assinalou, “tem havido uma gestão muito deficiente”, de que é exemplo a “oportunidade perdida de candidatar a construção do bairro social de Aguiar a verbas financiadas a 100% do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.

Gertrudes Garcia afiançou, ainda assim, que o PS continua disponível para negociar um outro orçamento.

Nas declarações à Lusa, o presidente da câmara referiu que o PS até quis negociar e as suas propostas foram incluídas nos planos de Atividades e Plurianual de Investimentos, lamentando que, depois, os socialistas tenham optado pelo voto contra.

“Isto não nos deixa margem de abertura para negociar” um novo orçamento, vincou, acusando os partidos da oposição de estarem “mesmo a pensar já nas próximas eleições” e preferirem o “quanto pior, melhor” para a atual gestão municipal.

Considerando que o chumbo do orçamento vai prejudicar a população do concelho, Luís Miguel Duarte realçou que o município vai continuar a ser gerido com base no de 2023, que “está completamente desatualizado”.

“Vai ser difícil, principalmente os apoios financeiros [a conceder] a associações e algumas aquisições que se precisem de fazer”, como o gasóleo, que “em 2023 custava um preço e em 2025 custará outro”, sublinhou.

Perante o chumbo do orçamento para 2025, de acordo com Luís Miguel Duarte, a gestão CDU terá que “andar a fazer, a toda a hora, alterações orçamentais para ir colmatando as falhas”.

O autarca advertiu que o chumbo do orçamento municipal para o próximo ano tem implicações no mapa de pessoal, uma vez que terá de se manter o atual, também de 2023, inviabilizando a contratação definitiva de seis assistentes operacionais para uma escola.

“Para cumprirmos os rácios, temos colocado pessoas através de programas do IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional] na escola”, que “vão mudando de seis em seis meses” e isso desagrada aos pais, acrescentou.

Já a vereadora do PS disse que “há uma tentativa de aumentar o mapa pessoal em 48 pessoas” por parte da CDU, manifestando-se contra a medida, por “acarretar despesas de mais cerca de um milhões de euros por ano para o município”.

A Lusa também tentou contactar o vereador do PSD, António Costa da Silva, mas as várias tentativas revelaram-se infrutíferas.

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