Sexta-feira, Março 29, 2024

Autárquicas/Évora: Contra o ativismo “de sofá”, professor lidera lista do BE

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Antigo jornalista, ex-militante do PS e “cansado” de ativismo “de sofá”, o professor Raul Rasga lidera a candidatura do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara de Évora, de maioria CDU, nas eleições autárquicas deste ano.

Há um momento em que não mais é possível ser ativista de sofá” e em que é preciso “fazer qualquer coisa”. Ou, como se costuma dizer, “chegarmo-nos à frente”, afirma, em declarações à agência Lusa.

Natural de Évora, onde nasceu há 50 anos, Raul Rasga, divorciado e pai de dois filhos, é licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e tem uma pós-graduação em Bibliotecas, Arquivos e Ciência da Informação.

Sou filho, neto, bisneto, trineto e, provavelmente, tetraneto de eborenses”, diz o candidato, um apaixonado por gatos, que quase sempre viveu nesta cidade alentejana, exceto quando estudou em Lisboa.

Após o curso, conta, o então jovem licenciado começou a trabalhar como jornalista na DianaFM, uma das rádios de Évora, onde já antes tinha colaborado, mais novo, no período que coincidiu com “o ‘boom’ das rádios piratas”.

O jornalismo, “uma paixão secreta”, poderia ter sido a sua carreira, mas Raul Rasga optou por lecionar e é professor na Escola Profissional da Região Alentejo (EPRAL), em Évora.

O trabalho na EPRAL permitiu-lhe participar em projetos europeus nas áreas da educação e formação profissional e numa missão em Angola, com a duração total de seis meses.

O trabalho de professor é “um posto de observação interessante sobre as mudanças que a cidade, a região e o país sofreram ao longo dos anos e dá uma certa capacidade de ‘ler o mundo’ com os olhos mais abertos”, sublinha.

Enquanto aluno da Faculdade de Letras, teve vários cargos na associação de estudantes e noutros órgãos da academia, e mais recentemente foi dirigente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica de São Mamede, em Évora.

Em termos partidários, o agora candidato bloquista entrou para o PS na “segunda metade dos anos 90”, no “tempo do engenheiro Guterres”, que diz ter sido “um excelente primeiro-ministro”.

Só deixei de ser militante, formalmente, há relativamente pouco tempo, mas, do ponto de vista intelectual, desde os governos de Sócrates”, nota, alegando que o PS “deixou de responder aos anseios da maioria de quem trabalha”.

Quando era militante socialista, numas autárquicas, foi eleito pelo partido para a Assembleia de Freguesia de Santo Antão, uma das três do centro histórico que foram agregadas na atual União das Freguesias de Évora.

Agora, independente, Raul revê-se nas posições do BE em relação a um “conjunto de questões”, mas afirma não alinhar em todas as ideias dos bloquistas, pelo que o convite para liderar a candidatura à câmara até foi “um bocado surpreendente”.

A criação de habitação para atrair população ao concelho, a aposta na transparência da governação e na participação dos cidadãos e o lançamento de um plano de emergência económica e social são algumas das prioridades da sua candidatura.

Vamos ser confrontados com uma grave crise económica”, referiu, referindo-se à pandemia de covid-19. Évora, apontou, “está na monocultura turística” e, por isso, “é preciso responder a uma emergência social que vai surgir”.

Outras das suas ‘bandeiras’ são as questões do ambiente, da mobilidade e da organização do espaço público e a salvaguarda do centro histórico, Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Sportinguista e adepto do Lusitano de Évora, o candidato gosta de futebol, mas diz que não ligou à modalidade durante algum tempo e só voltou a ganhar mais interesse quando um dos filhos a começou a praticar. Também não dispensa a literatura, cinema, passeios e estar com as pessoas de quem gosta.

Além de Raul Rasga, concorrem à Câmara de Évora, nestas eleições autárquicas, o atual presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU), José Calixto (PS)), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/PPM/MPT) e Humberto Baião (Chega).

O executivo municipal de Évora é formado por quatro eleitos da CDU, dois do PS e um do PSD.

Por: Sérgio Major

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