O Chega candidata o empresário Pedro Pinto à Câmara Municipal de Beja, nas próximas eleições autárquicas de 26 de setembro.
Com passado de jornalista e presente dividido entre política e tauromaquia, Pedro Pinto é candidato do Chega à presidência da Câmara de Beja e enfrenta a ‘faena’ “extremamente difícil” de entrar no executivo municipal para “reerguer” o concelho.
“Sei que é extremamente difícil ganhar uma câmara onde o socialismo e o comunismo estão implantados desde o 25 de Abril e, há muitos anos, a direita não consegue eleger um vereador”, diz à agência Lusa Pedro Pinto, de 44 anos.
Mas o também secretário-geral do Chega acredita que o partido vai ter “um bom resultado” em Beja. Só não sabe “se chegará para eleger um vereador”.
“Se conseguíssemos eleger um vereador seria excelente e se conseguíssemos ganhar a câmara seria um resultado histórico”, frisa, definindo-se como “uma pessoa simpática, sempre com muita vontade de mudar Portugal”.
Natural de Lisboa, Pedro Pinto cresceu e viveu em Vila Franca de Xira até se ter mudado aos 30 anos para Portalegre, onde vive e é empresário do ramo de organização de espetáculos ligados aos cavalos e à tauromaquia.
Apontando a teimosia como o seu maior defeito e a humildade como a maior virtude, Pedro Pinto conta que a candidatura a Beja surgiu de um convite do presidente do Chega, André Ventura.
O convite foi feito porque já tinha liderado a distrital e tido “um resultado agradável”, de 2,04% dos votos como candidato a deputado do Chega pelo círculo de Beja nas legislativas de 2019.
“Aceitei o desafio porque Beja é uma cidade do interior do país extremamente parecida com Portalegre”, diz, contando que teve “dificuldades em arranjar pessoas” para compor a lista à câmara, porque “ainda há muita gente com medo de dar a cara pelo Chega”.
“Conseguimos compor o resto da lista com pessoas de Beja, o que é extremamente importante”, ressalva.
Pedro Pinto frequentou um curso de Relações Internacionais, que não concluiu, e fez uma especialização em Jornalismo Taurino na Universidade Complutense de Madrid (Espanha), após o qual fundou a revista luso-espanhola Ruedo Ibérico, dedicada aos touros e cavalos, e que terminou em 2011.
Como jornalista, trabalhou em várias rádios locais, participou no magazine tauromáquico da RTP “Faenas” e teve uma página dedicada à tauromaquia no jornal Diário do Alentejo, de Beja.
Livros e filmes “não são muito a praia” de Pedro Pinto, embora já tenha visto “bastantes vezes” o filme “Titanic”, que o marcou. Gosta muito de música portuguesa, sobretudo de Xutos e Pontapés.
Deixou o jornalismo em 2007, quando começou a carreira política no CDS-PP, onde desempenhou vários cargos: “Senti que o jornalismo já não me enchia e enveredei pela carreira política”, conta o candidato, que vive em união de facto e tem um filho.
A “rutura” com o CDS deu-se em 2017, quando, na campanha para as autárquicas nesse ano, o partido retirou o apoio ao então candidato do PSD à Câmara de Loures, André Ventura, após repetidas acusações contra a comunidade cigana.
“O CDS escondeu-se nessa altura e um partido que se esconde não podia ser o meu partido”, frisa, explicando que, após sair do CDS, começou “a ouvir com mais atenção André Ventura” e acabou por se filiar no Chega em 2019.
A nova ‘faena’ política de Pedro Pinto é tentar entrar no executivo municipal para “reerguer Beja”, que tem sido “esquecida pelo poder central”.
O candidato quer “tentar trazer grandes empresas internacionais para Beja” para “fixar população”, com o aeroporto local a funcionar “a sério” e como complemento aos de Lisboa e Faro, uma ligação à Autoestrada 26 e “uma linha férrea em condições”.
O atual executivo de Beja, liderado pelo socialista Paulo Arsénio, que cumpre o primeiro mandato e é recandidato, é formado por quatro eleitos do PS e três da CDU (PCP/PEV).
Nas eleições autárquicas de 26 de setembro, além de Pedro Pinto (Chega) e Paulo Arsénio (PS), concorrem à Câmara de Beja Vítor Picado (CDU), Nuno Palma Ferro (pela coligação “Beja Consegue”, liderada pelo PSD e ainda composta por CDS-PP, PPM, Iniciativa Liberal e Aliança) e Gonçalo Monteiro (Bloco de Esquerda).
Por: Luis Lourenço (Lusa)