O independente eleito presidente da Câmara de Elvas (Portalegre), José Rondão de Almeida, considerou hoje que foi feita “justiça” ao vencer aquele município, gerido pelo PS, e prometeu trabalhar “de alma e coração” pelo concelho.
José Rondão de Almeida, antigo presidente socialista da Câmara de Elvas, entre 1994 e 2013, encabeçava a candidatura do Movimento Cívico por Elvas a este município alentejano, atualmente liderado pelo socialista Nuno Mocinha, que se recandidatou ao cargo.
“Ao fim e ao cabo, foi feita alguma justiça. Justiça por tudo aquilo que aconteceu ao longo destes últimos anos”, em que “os elvenses acabaram por fazer a comparação entre um passado de 20 anos de trabalho e os oito anos mais recentes de trabalho por parte dos eleitos do PS”, disse.
Para José Rondão de Almeida, a população de Elvas “foi capaz” de encontrar diferenças entre o modelo do seu trabalho e o de Nuno Mocinha, o que lhe permitiu vencer nas autárquicas de domingo.
“Tinham [população] um presidente que convivia diretamente com eles” e “que os ouvia e, ultimamente, isso não acontecia porque, Nuno Mocinha tem uma estrutura de pensamento diferente da minha”, argumentou.
O presidente eleito prometeu dedicar-se “de alma e coração” nos próximos quatro anos, esperando reunir consensos com as restantes forças partidárias, uma vez que não alcançou uma maioria absoluta.
“Vou dedicar-me de alma e coração, tal e qual como o fiz ao longo de 20 anos [em] que fui presidente, acompanhado de uma excelente equipa”, afirmou.
E o autarca eleito disse esperar, como não tem maioria absoluta, “que os eleitos tanto do PS como do PSD/CDS-PP sejam capazes de ‘despir a sua camisola’ político-partidária”, para se dedicarem “também de alma e coração a apresentar ideias e a trabalhar por Elvas”.
Numa curta nota publicada na sua página na rede social Facebook, o candidato derrotado, Nuno Mocinha, que a Lusa tentou contactar, sem sucesso, escreveu que abandona a liderança do município raiano com o sentimento de “dever cumprido”.
O atual executivo camarário, saído das eleições de 2017, é composto por quatro eleitos do PS e três do movimento independente “Elvas o nosso Partido”, que também foi liderado por José Rondão de Almeida.
No próximo mandato, com a conquista da câmara pelo Movimento Cívico por Elvas, o novo executivo vai ser formado por três eleitos deste movimento, outros tantos do PS e um da coligação PSD/CDS-PP.