A presidente da Câmara Municipal de Arraiolos, Silvia Pinto, apela ao Governo para que crie “melhores condições laborais” para as bordadeiras do Tapete de Arraiolos.
Silvia Pinto falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do certame o “Tapete está na Rua”, que se realiza até domingo nesta vila do distrito de Évora.
A autarca de Arraiolos começou por referir que “é papel da autarquia continuar a lutar pela valorização e pela promoção do Tapete de Arraiolos”, acrescentando que “há muito que lutamos pela questão da implementação da Lei de 2002 para a criação do Centro para a Promoção da Valorização do Tapete de Arraiolos e com isso avançarmos para a certificação do tapete.“
A edil arraiolense deixou claro que “é urgente e é necessário valorizar as bordadeiras e dar-lhe outras condições laborais para que se cative mais pessoas a coser o Tapete de Arraiolos e se valorize as que já temos atualmente e falo das nossas bordadeiras mas poderíamos estar a falar de outro tipo de artesanato que atravessa exatamente as mesmas dificuldades, ou seja, é necessário valorizarmos os nossos, o nosso artesanato, o nosso património, a nossa cultura, para que ela possa continuar a existir no futuro e não seja meramente um apontamento histórico.”
A autarca apelou às entidades governamentais “que olhem para as bordadeiras à semelhança do que foi feito, à semelhança do que foi feito pelo Governo Regional da Madeira com os Bordados da Madeira, porque estavam exatamente com as mesmas dificuldades que nós sentimos, portanto, é olhar para outros exemplos e ver o que é possível também fazer.”
Já sobre a forma de atrair os mais novos para a arte de bordar o Tapete de Arraiolos, Silvia Pinto explicou que “temos estado nas escolas com o nosso projeto ‘Aprender para Transformar’ e temos levado o tapete de Arraiolos aos miúdos no 1º ciclo que adoram o Tapete de Arraiolos, adoram os desafios que são lançados e estamos a conseguir passar a mensagem de valorização do património aos nossos jovens“, referindo ainda que “as casas dos tapetes já se vão questionando sobre quem quer fazer Tapete de Arraiolos no futuro, já há algumas dificuldades porque têm várias bordadeiras com alguma idade e achamos que é necessário haver uma discriminação positiva para com as bordadeiras.“
Quanto à candidatura a património da UNESCO a autarca garantiu que “estamos numa fase já final desse dossiê e esperamos muito em breve estar em condições de o apresentar”.