Sábado, Dezembro 7, 2024

ANP|WWF vai remover barreira fluvial obsoleta no Alentejo para restaurar a Ribeira de Oeiras

A ANP|WWF anunciou a remoção do açude Horta do Fialho, localizado na Ribeira de Oeiras, uma intervenção prevista para 2025, que será realizada com financiamento do European Open Rivers Programme.

A ação pretende restaurar a conectividade fluvial, melhorar o ecossistema da ribeira e conservar espécies ameaçadas, num projeto que alinha objetivos locais e europeus de preservação ambiental.

O açude, atualmente sem utilidade funcional, obstrui o curso natural da Ribeira de Oeiras, sub-bacia do rio Guadiana. A sua remoção permitirá recuperar 2,34 km de extensão da ribeira, promovendo a regeneração da vegetação ripícola e a melhoria do habitat de peixes nativos, como a enguia europeia (Anguilla anguilla), e de espécies de mexilhões ameaçados, como o mexilhão-de-rio-do-sul (Unio tumidiformis). Esta intervenção poderá também criar condições para o regresso de espécies previamente registadas na área, como o caboz-de-água-doce (Salariopsis fluviatilis) e a lampreia marinha (Petromyzon marinus).

A ação incluirá a monitorização da qualidade da água e das comunidades de peixes e mexilhões antes e após a intervenção, garantindo uma avaliação científica rigorosa dos resultados.

O projeto será realizado em estreita colaboração com autoridades locais, comunidades e proprietários dos terrenos, destacando o papel conjunto na mitigação de impactos ambientais e na promoção de um ecossistema fluvial sustentável. Esta é a terceira vez que a ANP|WWF recebe financiamento do European Open Rivers Programme, reforçando a sua capacidade de atuação no restauro de rios em Portugal.

A remoção do açude Horta do Fialho é um passo para a recuperação integral da conectividade da Ribeira de Oeiras, que tem uma extensão de 143,3 km. A ANP|WWF já identificou nove outras barreiras ao longo deste curso de água para futuras intervenções, alinhando-se com a meta europeia de libertar 25.000 km de rios até 2030, dos quais 600 km estão atribuídos a Portugal.

Esta iniciativa está integrada na Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2030 e na Lei do Restauro da Natureza, que visam promover a recuperação de ecossistemas degradados e travar a perda de biodiversidade. A Ribeira de Oeiras é habitat de espécies emblemáticas como o lince ibérico (Lynx pardinus) e a lontra (Lutra lutra), destacando-se como uma área prioritária para a conservação.

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