Já está em Consulta Pública o Estudo de Impacte Ambiental do projeto de execução do Circuito Hidráulico e Bloco de Rega de Lucefécit-Capelins, no concelho de Alandroal, no distrito de Évora.
O circuito hidráulico tem início na albufeira de Alqueva, onde é captada água para uma estação elevatória localizada na margem direita desta albufeira. A água é depois bombada para um reservatório de comando. A rede de Rega é composta por várias condutas enterradas que levarão a água até às parcelas.
O projeto é da responsabilidade da empresa EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva.
De acordo com os documentos a que ODigital.pt teve acesso, “o circuito hidráulico de Lucefécit-Capelins será abastecido a partir de uma estação elevatória localizada na margem direita da albufeira de Alqueva, obtendo água diretamente desta albufeira. Esta captação alimentará com água para rega cerca de 921 ha, através da ramificação da Rede Secundária de Rega, ou seja, a rede de aproximação às parcelas a regar, tipicamente terminando em hidrantes.”
Ainda segundo os documentos, “a área a beneficiar com regadio do Bloco de Rega de Lucefécit-Capelins é 921 ha, dos quais 557 serão abastecidos por um sistema gravítico e 364 por um sistema em pressão.”
“As infraestruturas do projeto do Circuito Hidráulico de Lucefécit-Capelins, nomeadamente a Rede de Rega, Estação Elevatória, Reservatório e Rede Viária afetam uma área de aproximadamente 37 há”, indica ainda o estudo.
No estudo agora em consulta publica, pode ler-se que “o Projeto vai ter consequências negativas para as espécies mais típicas dos terrenos agrícolas explorados segundo os métodos tradicionais (searas e olivais antigos)”, acrescentando que “a alteração deste uso do solo fará diminuir a adequabilidade do território para a presença de diversas espécies de aves ameaçadas (as chamadas aves estepárias)”.
Com a construção deste bloco de rega, “terão que ser abatidos 201 exemplares de azinheiras e sobreiros (designadas como quercíneas). No entanto, o seu abate será compensado através da plantação de um número superior de árvores (251) numa área próxima da zona mais afetada”.
É também referido no estudo que “estima-se igualmente que o preço da terra suba consideravelmente com o regadio, o que poderá contribuir para a dinamização das mudanças de propriedade de vários terrenos, conduzindo então a alterações nas características do uso da terra.”
O estudo refere que “a implementação no terreno do Circuito Hidráulico e Bloco de Rega de Lucefécit-Capelins acarretará um conjunto de efeitos sobre o ambiente que terão o seu início na fase de obra e, nalguns aspetos, se prolongarão durante a exploração – prática do regadio. No entanto, considerando que a área em estudo apresenta atualmente características essencialmente agrícolas, a implementação do Projeto originará alterações pouco significativas na paisagem. Muitas das afetações oriundas do Projeto, embora negativas, são passíveis de serem reduzidas, ou são, logo à partida, relativamente pouco relevantes dada a implementação de medidas de minimização e de compensação dos impactes negativos previstos”.
Assim, “o Projeto contribuirá fortemente para o desenvolvimento da agricultura da região, aumentando de forma substancial o seu rendimento, o que, inegavelmente, será muito positivo para os agricultores, para as populações locais e mesmo para a economia regional”, conclui o estudo.
