Hoje (19 de Novembro) assinala-se mais um ano do colapso da antiga Estrada Nacional 255, que ligava Borba a Vila Viçosa, e que tirou a vida a cinco pessoas.
Em Vila Viçosa há uma escultura que pode passar despercebida a muitos e outros podem ainda pensar que uma rotunda passou a ser a “Rotunda do Relógio”, no entanto é uma escultura com um significado bastante simbólico e que bem poderia ser um memorial à tragédia da estrada de Borba.
Uma escultura da autoria de Roberto Ganito, também ele militar da Guarda Nacional Republicana e que foi um dos primeiros militares a chegar ao local da tragédia.
Uma escultura que ganhou forma no IV Simpósio de Escultura de Vila Viçosa e que foi colocada precisamente na rotunda que dá acesso à fatídica estrada, uma escultura que tem como nome “Reflexão no tempo…”.
Roberto Ganito, diz “faz hoje um ano às 15h44, em que senti na íntegra tudo o que espelho nesta obra que está colocada na porta de entrada de Vila Viçosa onde a antiga EN 255 passava. O relógio marca a hora em que infelizmente resultaram 5 vítimas, mas refletindo no espaço e no tempo qualquer um de nós podia ser mais uma vítima…mas graças a Deus posso estar agora a partilhar esta obra: Reflexão no tempo…”
O escultor enquadra no espaço e no tempo a obra:
“As marcas na rocha escassilhada espelham a pureza do meio que nos rodeia, o manto amaciado por detrás do relógio simboliza a nuvem de pó que marcou o tempo, enquanto o relógio caído sobre a montanha simboliza o momento em que se fez silêncio, e foi anunciado que a estrada desabou, ficando tudo suspenso.
O relógio é também o objeto que nos marca diariamente os momentos e as horas em que os acontecimentos surgem voluntária ou involuntariamente por isso assumi o relógio como marca no tempo.
Toda a descrição da obra é baseado num momento que me marcou pessoalmente sobre o qual me senti estranho confesso. Perdido no tempo! “